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Limpando, Armonizando e Transmutando

“Quanto mais tempo eu vivo, mas eu me dou conta do impacto da atitude na vida. Atitude, para mim, é mais importante que fatos. Ela é mais importante do que o passado, do que a educação, do que o dinheiro, do que as circunstâncias, do que o fracasso, do que os outros pensam, dizem ou fazem. É mais importante do que a aparência, dom ou habilidade. Ela fará prosperar ou ruir uma empresa... uma igreja... uma casa. O extraordinário é que todos os dias temos a chance de escolher como vamos encarar aquele dia. Nós não podemos mudar nosso passado... não podemos mudar o fato de que as pessoas agirão de determinada maneira. Nós não podemos mudar o inevitável. A única coisa que podemos fazer é continuar no único caminho que temos; esta é nossa atitude. Estou convencido que a vida é 10% o que acontece comigo e 90% como eu reajo a isso. E assim é com você... estamos no comando das nossas atitudes.”


Charles Swindoll


O Rei do Rádio


Nascido no interior da Paraíba, começou em sua carreira como radialista, quando trabalhou em Campina Grande.

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domingo, 25 de maio de 2014

Guilherme Dalmo  |  at  17:48  | Nenhum Comentário

Na MPB Também se Copia:


Conseqüência da lei do menor esforço, das traições do inconsciente, da falta de talento, da má fé, tem surgido no mundo da música poopular um grande número de obras decalcadas. A maioria não passa de vergonhoso pastiche. Algumas, passíveis de discussão, nascem por conta das coincidências musicais, outras foram tão bem adaptadas que nos fazem esquecer a apropriação indébita.

Agora mesmo Roberto carlos e Erasmo andam se incomodando com o processo aberto contra eles por um compositor argentino que reivindica a autoria da composição Amigo. Em outro sucesso de Erasmo, Sentado à beira do caminho, foi encontrada semelhança com o bolero Vaya com Diós. Sou uma criança e não entendo nada do mesmo Erasmo e Humberto Paiva tem uma letra muito parecida com a da Canção do Vagabundo de Ghiaronni, composta há 25 anos. Jorge Bem anda arreliado com um cantor pop estrangeiro que implantou trecho do Taj Mahal em composição sua e está fazendo sucesso mundial. Há alguns anos Catulo da Paixão Cearense remexeu-se no túmulo ao ouvir acordes do seu Ontem ao Luar incluídos na trilha musical do filme Love Story, responsável pelo maior debulhamento lacrimal dos últimos tempos. Talvez o tango Renúncia de Gastão Lamounier tenha sido a primeira música brasileira plagiada no exterior. Levada para a Europa por uma família alemã, veio de volta cantada num filme por Theda Bara, primeira vamp do cinema. Por falar em filme, outro caso foi o de Lua Bonita de Zé do Norte apresentada no famoso filme Cangaceiros. Zé do Norte estrilou, pois a composição apareceu no nome do maestro Migliori. O protesto foi sem razão pois a letra foi afanada por ele de um poema de José Martins. Adelino Moreira musicou os versos de Menotti del Picchia Um beijo de Mulher e Nélson Gonçalves gravou. Como o negócio ressoou, saiu-se pela tangente dando a parceria. Antônio Maria acusou Tom Jobim de ter calcado Eu sei que vou te amar em Dancing in the Dark e Insensatez no Prelúdio n° 4 de Chopin. Viagem de Paulo César Pinheiro e João de Aquino é na sua primeira parte melódica extremamente parecida com In a little spanish town, valsa de Young, Wayne e Sam Lewis.

Acauã de Zé Dantas foi lembrada em O Homem de Nazaré. Vejam os versos do samba Que saudade de você, de Neneo:

Nunca
Nem que o mundo venha contra mim
Nunca
Nem se Deus mandar
Nem mesmo assim
Não farei pazes com você.

Agora a letra de Nunca de Lupiscínio:

Nunca
Nem que o mundo caia sobre mim
Nem se Deus mandar
Nem mesmo assim
As pazes contigo eu farei.

A bela canção Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor está causando dor de cabeça nos autores.

Zé Ramalho é acusado pela sobrinha de seu parceiro, pesquisadora Maria Helena Patriota, de ter copiado a melodia do canto de violeiros. O parceiro, Otacílio Batista por sua vez, é citado como apropriador dos versos que também pertenceriam aos cantadores. Protesta afirmando que os versos são todos seus, excetuando-se o monte principal, esse sim, diluído entre os repentistas. Mal teve tempo de tomar fôlego e caiu-lhe sobre a cabeça nova acusação, plagiara de William Yeats, musicando-o com o título de Força Verde, êxito no seu último Lp. Um carbono sem dúvida incomum, pois a poesia foi copiada de uma historieta do ictérico Hulk, onde não constava o nome do poeta irlandês. Zé bateu no peito e assumiu que realmente usara a obra como tema, ainda que por desligamento

O Carnaval, na sua permissividade, tem sido o paraíso dos copiadores, correndo atrás do sucesso fácil. Exemplo não falta para ser seguido, já que a talvez primeira canção carnavalesca, o Zé Pereira, surgida entre 1869 e 1870, nada mais era que uma adaptação de uma marcha francesa Les Pompiers de Nanterre.

Em 1927, Francisco Alves grava em dupla com Rosa Negra o samba Não quero saber mais dela de Sinhô. Dezesseis anos depois os Anjos do Inferno estouram com a marcha de Rubens Soares e David Nasser Nega do Cabelo Duro.

Nega do cabelo duro
Qual é o pente que te penteia...

Cuja melodia é calcada na de Sinhõ e que Nestor de Holanda já ouvira fazendo parte de um ponto de terreiro. Fica difícil saber quem surrupiou de quem. Na folia de 1920 Sinhô deu um banho com a marcha Pé de Anjo onde implicava com os bens servidos pés de China, irmão de Pixinguinha.

Ó pé de anjo, pé de anjo
És rezador, és rezador
Tens um pé tão grande
Que é capaz de pisar
Nosso Senhor, Nosso Senhor.

A melodia era a da valsa francesa Genny, da qual fez um arranjo gostosíssimo. No Carnaval de 1939 Orlando Silva se consagrou com a marcha de Benedito Lacerda e Humberto Porto A Jardineira. Os autores se inspiraram num sucesso de 1905, de provável autoria de Candinho das Laranjeiras, cujo bloco que fundara saiu às ruas cantando:

Ó Jardineira por que estás tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu.

Em 1906 saem mais dois grupos carnavalescos vidrados na tal camélia. Um dava o seguinte recado:

Bela Pastora
Por que tanto choras
Vem contar o que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho... etc.

E outro:

Minhas belas pastoras
Me contem o que sucedeu
Foi a camélia que murchou no galho
Deu dois suspiros
E depois morreu.

É de se notar que a turma meio sádica gostou mesmo foi da desdita da camélia, cujos versos foram aproveitados por todos. Freire Jr. fez em 1921 marchinha satirizando Arthur Bernardes, então candidato à Presidência, que tinha o apelido de carneiro:

Ai seu Mé, Ai seu Mé
Lá no Palácio das Águias, olé
Não hás de pôr o pé.

Para seu azar Bernardes se elegeu e mandou trancafiá-lo. Seu desgosto foi ter sido encanado por um plágio, já que copiou a melodia do fox Salomé, misturando-a com a da modinha Mimosa do ator Leopoldo Fróis. — Nem o consolo de ter sido preso por algo original tive, queixou-se anos depois.

Mais longe ainda foram buscar inspiração Otolindo Lopes e Adauto Michilis
quando em 1971 lançaram Ó Filomena, que em 1914 com o mesmo título ferroava o Marechal Hermes que fora batizado pelo povo de Dudu. Comparemos, a de 1915:

Ó Filomena
Se eu fosse como tu
Tirava a urucubaca
Da careca do Dudu.

A de 1971:

Ó Filomena
Se eu fosse como tu
Puxava a orelhinha
Da tua filha Juju.

Como a Filomena de 1915 já fora adaptada de uma canção italiana deu-se uma reação em cadeia de efeito retardado. Os mesmos autores usaram numa marcha em 1971 uma frase tirada de um samba de Lamartine Babo composto em 1932: Só dando com uma pedra nela.

Benedito Lacerda e Herivelto Martins aproveitaram uma parte do Gosto que Enrosco de Sinhô na marcha Nem no sétimo dia:

E ainda hoje o mundo vive em revolução
Por causa da mulher
E o homem com toda fortaleza
Desce da nobreza e faz o que ela quer.

Uma antiga canção portuguesa foi mexida por Vicente Paiva e Paulo Barbosa e virou a marcha Salada Portuguesa grande sucesso em 1935:

A minha caninha verde
Já chegou de Portugal
Vamos todos minha gente
Festejar o Carnaval.

A batucada Nega Maluca, badaladíssima nos festejos de 1950:

Tava jogando sinuca
Uma nega maluca
Me apareceu
Vinha com o filho no colo
E dizia pro povo
Que o filho era meu.

Como denunciou Nestor de Holanda, teve sua Segunda parte xerocada de uma embolada de Jararaca e Ratinho  chamada Vamos no Mato. 1956 foi um Carnaval dos mais indigentes. Antônio Almeida apareceu com o samba Arranca a máscara da face no qual copiou sem cerimônia parta da letra e música do clássico Pierrot de Pascoal Carlos Magno e Joubert de Carvalho:

Antes do dia raiar
Eu sei que você mentiu
Antes do galo cantar três vezes
Você traiu
Arranca a máscara da face Pierrot
Para sorrir do amor
Que passou.

O mesmo Antônio Almeida em parceria com Cristovão de Alencar, no Carnaval de 1936, já era réu confesso em Não há ó gente ó não:

Não há ó gente ó não
Quem possa adivinhar
De onde eu roubei
Esta canção
Eu juro que não queria
Roubar a melodia
Do Catulo da Paixão
O culpado é o seu olhar
Que abafou este luar do meu sertão.

O cancioneiro latino-americano foi grande manancial para os carbonos carnavalescos. Um plágio afrontoso foi em 1942 quando Rubens Campos e Henricão aproveitaram inteirinha a melodia da canção mexicana Cielito Lindo, um êxito estrondoso na voz de Carmem Costa: Ai, ai, ai, ai, está chegando a hora.

Em 1943 nova apelação pois a mesma cantora gravava do mesmo Henricão Carmelito, nada mais que uma adaptação do tango Caminito de Juan de Diós Felisberto. A cantora parece predestinada na escolha de seus pares. Em época mais recente foi ligada ao compositor Mirabeau, que volta e meia era acusado de repasses musicais.

O grande sucesso Cachaça (Você pensa que cachaça é água...) provocou comentários pela sua semelhança com Pierrô Apaixonado de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres. Jarro da Saudade, que também emplacou em 1957:

Iaiá cadê o vaso
O vaso que plantei a flor.

Tem o mesmo refrão melódico de Tarde na Serra de Lamartine. A rumba El Cubanchero no maravilho cadinho carnavalesco transformou-se em Jacarépaguá:

É hoje que eu vou me acabar
Com chuva ou sem chuva eu vou pra lá
Eu vou, eu vou pra Jacarepaguá
Mulher é mato
E eu preciso me arrumar.

O bolero Canción del Alma sob o condão de Zé da Zilda transfigurou-se no Sacarrolha:

As águas vão rolar
Garrafa cheia eu não quero ver sobrar.

Wilson Batista e Nássara usaram a La Paloma como modelo para a marcha Pombinha Branca. Linda Mexicana de David Nasser, Edgar Freitas e Djalma Esteves é fac-smile da canção Farolito de Augustin Lara.

Até nos jingles teve gente metendo a mão. Miguel Gustavo criou uma propaganda para o Toddy que logo se popularizou:

Quem sabe, sabe
Conhece bem
Por isso Toddy
Prova o que tem.

Carvalhinho e Joel Almeida não perderam tempo e a transformaram no  Quem
sabe, sabe, muito cantado no Carnaval de 1956. Um anúncio da Brastel, na Brastel tudo a preço de banana virou a Marcha da Banana.

Algumas adaptações, temos que reconhecer, foram bastante felizes. A de Nássara e Frazão em 1941 foi uma delas, com Nós Queremos uma Valsa, que aproveitou trechos da Valsa dos Patinadores. Essa valsa já havia patrocinado sucesso anterior, o samba Vem meu amor de Mano Décio da Viola e João de Barro. Mano Décio conta como foi: Meu primeiro samba foi uma versão (?). Vi um filme que tinha como música a Valsa dos Patinadores. Saí dali com a melodia na cabeça: Vem meu amor, me consolar. És a primeira mulher. Que não sabe amar. Vendi o samba ao Bide por 50 mil réis e só recebi trinta. A música foi gravada em 1936 por Almirante, no nome de João de barro. Em 1943 Nássara e Frazão repetiram a dose usando compassos do Danúbio Azul na marcha O Danúbio Azulou.

As óperas sempre foram muito simpáticas aos adeptos da cola musical. O hino do Rio de Janeiro, a marcha Cidade Maravilhosa, foi colada por André Filho de um trecho do 3° ato da La Bohème de Puccini, que por sua vez já vinha sendo usado como prefixo de um jornal cinematográfico americano. Os Palhaços, de Leoncavallo, inspirou Lamartine Babo no sucesso de 1934, Ridi Palhaço. Foi um empréstimo bem sucedido. Madame Butterfly, em 1964, ressurge na marcha Coitada da Madame Butterfly. No ano seguinte é a vez da Traviata, com A Marcha da Traviata. A profusão de cabeludos e barbudos inspirou, em 1970, O Barbeiro que se vire, surrupiando trecho da ópera famosa. Não só óperas estrangeiras foram visadas: O Guarany teve várias abordagens clandestinas. Posso citar a de Príncipe Pretinho, em 1937, com Cecy e Pery, e outra de Peterpã, que esmurra o peito na sua mea culpa:

Eu fiz esta canção
Mas pra que eu vou mentir
Não tive inspiração
E roubei O Guarany
Roubei, roubei
E se vai haver encrenca
Isso, agora, é que eu não sei.

As operetas também foram distinguidas com a preferência. Maria Rosa, que Chico Alves gravou em 1935 com grande repercussão, teve uma parte tirada da opereta Rose Marie, êxito no cinema com Nelson eddy e Jeanette Mac Donald. Carlos Cruz e Carlos Morais, com caradurismo, atacaram a Viúva Alegre no Carnaval de 1971. Aliás, este último é um especialista em despedaçar operas, sendo autor também da Marcha da Traviata, O barbeiro que se vire e Coitada da Madame Butterfly.

As canções italianas foram outra fonte. Roberto Martins e Ary Monteiro transmutaram a Dove stá Zazá em Cadê Zazá, estouro em 1967. Ruy Rey, em 1956, copia a melodia de Oi Mari na sua Ai Maria. A letra é quase uma tradução:

Ai, Maria. Ai, Maria
Quantas noites passei sem dormir
Ai, Maria
Nos seus braços eu quero cair.

A canção Vieni sul mar foi sugadíssima. Em 1910 Eduardo das Neves adaptou-a para recepcionar a chegada do encouraçado Minas Gerais.

Oh, Minas Gerais! Oh, Minas Gerais!
Quem te conhece
Não esquece jamais!

E nada tem a ver com o Estado de Minas. Paulo Roberto, radialista famoso, é que fez outra letra, esta sim em louvor ao Estado:

Oh, Minas Gerais!
Oh, Minas Gerais
Quem já te viu
Não te esquece, jamais!

Engraçado é que o povo misturou tudo e adotou os versos do navio como homenagem ao estado. Nessa esteira Joel Almeida gravou Adeus Guiomar, com a mesma melodia. Até na música clássica os sugadores entraram como parceiros. A marcha de Gomes filho, Gosto de você, no duro!, usou a Segunda parte da Sinfonia n° 8 de Schubert. O Minueto em Sol Maior, de Beethoven, foi sucesso estrondoso no Carnaval de 1948, num empréstimo de Herivelto Martins e Benedito Lacerda:

Minueto tu és no Municipal
O maior sem igual
Mas no samba não tens medo só porque
Tu não és, tu não és
De Carnaval.

É claro que o desenrolar dos fatos que contei nem sempre foi tranqüilo e pacífico. Muitas vezes os lesados botaram a boca no mundo e tomaram satisfações pessoais. Uma das maiores confusões teve como protagonista Lamartine Babo. Com seu inegável talento e intuição buscou no fundo de uma gaveta, onde mofava há dois anos, na gravadora, a marcha Mulata, de dois compositores pernambucanos, os Irmãos Valença. Temperou-a à carioca e transformou-a com a ajuda de Pinxiguinha, que criou uma introdução verdadeiramente contagiante, no maior sucesso carnavalesco de todos os tempos: O Teu Cabelo Não Nega. Houve o protesto dos pernambucanos, que foram incorporados à autoria. Só como curiosidade mostro o primeiro verso da composição original:

Nestas terras do Brasil
Aqui
Não precisa mais prantá
Qui dá
Feijão muito dotô e giribita
Muita mulata bonita.

Vinha a seguir a parte antológica:

O teu cabelo não nega, mulata
Porque és mulata na cor...etc.

O folclore é outra mina. Não há fato folclórico que não tenha sido explorado pelos garimpeiros. Um antigo coco nordestino foi aproveitado em 1919 no O Malhador, de Pinxiguinha, Donga e Mauro de Almeida:

Oh Nicolau
Siri tá no pau
Não fale mal
Siri tá no pau
Com birimbau
Siri tá no pau.

Em 1927 ressurgiu como O siri tá no pau, de Orlando Vieira, e encerrou a trajetória, por enquanto, em 1964, com Bigorrilho de Paquito, Romeu Gentil e José Gomes.

Trepa Antônio
O siri tá no pau
Eu também sei tirar
O cavaco do pau,

Uma canção de ninar já foi usada em Acalanto de Caymmi, no Eu, hein, Boi! de Arnô Provenzano e Otolindo Lopes e Boi da Cara Preta de Zuzuca em 1973. Em 1960, Miguel Gustavo usou o Peixe Vivo. Aloísio Marins com A. Montenegro apareceu em Fui no Tororó e com Pereira Jr. em Passa, passa, gavião. O Atirei o pau no gato foi usado por José Messias e a trinca Raul Gil, Antônio Queiroz e Gilberto Montenegro em carnavais diferentes. Em 1967, Ivo Santos, Raul Sampaio e Zilda do Zé foram buscar o De marré, marré. Caymmi usou, com muita sensibilidade, o folclore baiano em A Preta do Acarajé e Festa de Rua. Gutemberg Guarabira ganhou a parte nacional no Festival Internacional da Canção com sua Margarida, cuja introdução é uma cantiga de roda. Num golpe de astúcia, Carlos Imperial registrou como obra sua o Meu Limão, Meu Limoeiro. Quer dizer, cantou ou tocou, tem de lhe pagar direitos autorais. Brasinha não fez por menos e pegou o U-Ni-Du-Ni-TÊ. Rômulo Paes e Gentil de Castro surgiram no Carnaval de 1967 com A Batatinha:

Batatinha quando nasce
Se esparrama pelo chão
Meu amor nunca se esquece
De machucar meu coração.

Corisco e Carlos bandeira, no Carnaval de 1976, repetiram o tema sem preocupação de pensar muito:

Batatinha quando nasce
Se esparrama pelo chão
A menina quando dorme
Põe a mão no coração.

Dora Lopes, José Di e Celso Teixeira em 1971 não fizeram por menos:

Vem cá bidu
Vem cá, bidu
Não adianta chamar
Não vou lá, não vou lá
Tenho medo de apanhar.

Leonardo Mota recolheu do folclore paraibano os versos:

Bravo ao cabelo castanho
Cor de canela ralada
Quem não ama a cor morena
Anda cego não vê nada.

Segundo Volta Seca, ex-cangaceiro, e hoje registrado como autor, esses versos um pouco modificados eram cantados por Lampião e cabras quando em caminha. A verdade é que a prática de apropriação musical não é nenhum desabono nacional.

Os adeptos da teoria o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil podem argumentar, e com razão, que lá no grande vizinho do norte essas adaptações pululam e cansaram de enriquecer compositores famosos. Houve uma época em que o avanço nas músicas clássicas foi tão ostensivo que provocou a explosão de um crítico inglês: Tirem as patas! Vou fazer uma pequena, mas significativa listagem: O Hino dos Fuzileiros Navais foi decalcado numa ária de uma ópera de Offenbach; I´m Always chasing rainbows, o grande sucesso de Harry Carrol e Joseph Mc Carty foi buscado em Fantasia Impromtu em dó sustenido menor, de Chopin; Al Jolson, em parceria com Vicent Rose, abocanhou a tosca, de Puccini e levou processo; A Canção de Aniversário saiu de Ondas do Danúbio de Ivanovici! On the isle of May, de André Kostelanetz e Mack Davis inspirou-se no Andante Cantabile de Tchaikovisky e Moon Love dos mesmos autores na Quinta Sinfonia, do mesmo compositor! Outra dupla, Robert Wright e Chet Forrest se associaram a Grieg e Borodin; In the valley of the Moon, de Charles Tobias, é o Concerto para violino de Mendelsson; Sigmund Romberg copiou seu Song of Love de Schubert; O Minueto de Beethoven se transformou em When the lights Go on Again, garanto que sem o talento da adaptação tupiniquim.

Na Argentina, igualmente, essas coisas acontecem. Vejam que Canaro, no tango, despertou grande respeito . Foi acusado de apropriar-se de melodias anônimas, outras comprava, recebia outras de presente. Madresilva, uma de suas obras primas tomou oito compassos de El cuzquito, de Vicente Greco, suprimindo apenas uma nota por compasso.

A verdade é que a nossa MPB sai incólume desses deslizes, continuando a ser, disparada, a mais inspirada e criativa do mundo.



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